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COMENTÁRIOS DE XANDE SERENO

 PÉS MÁGICOS PRA QUEM SAMBA

Rio de Janeiro sexta-feira, 27 de dezembro de 2013    13:20      Fotografias de Marcia Souza        QUINTA EDIÇÃO      

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"É no samba que eu nasci, 

É no samba que cresci...

Vivo, viverei e morrerei por ele...

pois nele, já dispus de meus pés para saber caminhar de cabeça erguida

sem tropesso, com dignidade, riscando o chão na passarela da minha vida"

Xande Sereno

Com um passe de mágica, num compasso acelerado, mas com sutileza, malícia e elegância, os passistas das escolas de samba, mantém uma rica tradição na cultura de nosso carnaval carioca. 

A gafieira despontava nos sambistas que dançando em casais, arrancavam aplausos das arquibancadas na Presidente Vargas - Praça Onze.

Históricos do Carnaval, conta que o primeiro grupo de passista em ala, foi formada na escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em 1972, pelo Mestre de Bateria Djalma Santos, chamada de  “Vê Se Entende”. 

Na década de 80 e 90, pode se dizer que eles descobriram seu espaço nos desfiles das escola de samba. Quem não se lembra dos passistas que improvisavam uma pirâmede humana em pleno desfile na Sapucaí? Ou um passista movimentando seu pandeiro, que o mesmo girava-o, ao rebolado da mulata. Momentos inesquecíveis!

Mas por onde anda este grupo de passista?

 

O talento de muitos deles, ainda se mantém de geração a geração. Isso podemos ver em algumas escolas de samba, tal como a Beija-flor que tem além de suas alas de passistas, uma ala só de pssista mirim e nas escolas de sambas miris da AESMRIO.

Os Primeiros passos são dados geralmente nas comunidades, crianças de cinco à oito anos, que se dedicam ao aprendizado de sambar.  Jovens pés mágicos para quem samba.

Dentre muitos passistas tanto masculino, quanto femenino, tem esta classe, como um modo de trabalho. Através de "Passitas Show", realizando shows com suas agremiações por toda a parte do Brasil e do mundo.

Tais projetos que surgiram, no exterior, como por exemplo, no Carnaval da cidade de San José na Argentina, onde desloca milhares de sambistas brasileiros, dentre eles os nossos passistas cariocas, que levam nossa cultura para nossos vizinhos sul-americanos.

Manter-se em plena forma, para estes sambistas bailarinos, é está de bem com a saúde, está sobre controle do peso, adquirido no consumo de alimentos saudávies e exercícios cotidianos. Resistência, é o fator primordial, de uma bateria de ensaios consecutivos semanais no período que antecede a cada Carnaval.

Os concursos realizados para a "Corte do Carnaval Carioca", podemos observar, candidatas que sonham com um ideal de toda passista, é  na verdade, ser rainha um dia...

Muitas Rainhas do Carnaval Carioca, já se tornaram rainha de bateria de escola de samba. Um sonho relizado, para Ana Paula Evangelista, que começou como passista show do Salgueiro, dpois foi bi-campeã 2005 e 2006 como Rainha do Carnaval do Rio de Janeiro, e que hoje é a atual rainha de bateria da Mocidade I. de Padre Miguel.   

O tempo passou, não só na evolução de como fazer carnaval para as escolas de samba, mas para os integrantes passistas se comportarem num desfile perante as décadas de 80 e 90.

Hoje eu vejo que todo aquele gingado solto, cadênciado, dos passistas dos anos 90, se tornou atualmente num espetáculo de passos mais acelerados, entre cada integrante passista de uma agremiação. E que segue no desfile em ala, preenchendo principalmente o espaço vazio da bateria quando, entra no box da avenida.

Ainda acho que deveria ter um destaque à mais, à estes verdadeiros bailarinos sambistas, durante um desfile de escola de samba.

Algumas escolas de samba, principalmente do Grupos de base também deveriam bancar as fantasias da sua ala de passistas. Não adianta ficar catando passistas para integrar-se à ala da agremiação, se a própria escola, não os vestes com uma fantasia com requinte ou à altura de seus talentos.

No entanto acontece, que a maioria das agremiações tem um representante de ala que investe de seu próprio bolso para vestir a ala de passista da escola. Este representante ou diretor reponsável pela ala dos passistas, geralmente não recebe da escola um apoio financeiro, tendo que se virar para que o carnaval de seu setor aconteça na avenida.

Mas admiro toda esta geração de jovens passistas que mantém a tradição da "Classe dos passistas cariocas", que não deixam o samba de lado.

Mesmo no dia de hoje com tantos rítimos musicais, estes jovens cariocas não abandonam o nosso samba, que é um rítimo construtível para a cultura brasileira.

         

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